Análise: Dodgeball Academia

Dodgeball Academia, o Brasil tem potencial!

Dodgeball Academia apareceu como quem não quer nada e conquistou como quem quer tudo, cheio de referencias e baseado em um monte de jogos clássicos, aqui os jogadores terão uma sensação nostálgica, vendo semelhanças com Pokémon, Mario Tennis/ Football/Paper, tive o primeiro contato vendo o Streamer que sigo Tesdey, testando o pré lançamento, e já fiquei com vontade de jogar, e a experiência foi extremamente gratificante, eu vou sempre repetir “jogar é sempre melhor do que só assistir, a experiência é completamente outra!”, em 13 horas de jogatina posso garantir que joguei um dos melhores jogos brasileiros já feitos (e olha que gosto bastante de Horizon Chase).

A desenvolvedora brasileira Pocket Trap criou um jogo de action RPG inspirados nos jRPG de ps1/game boy, mas com um sistema de batalha único e esta aqui onde o game brilha, as batalhas são divertidas e desafiadoras, mecanicamente falando lembra o esquema do tênis, a diferença é que aqui não se manda a bola pra fora e sim nos adversários, que não vão ficar esperando receber boladas de graça, podendo agarrar, contra-atacar ou desviar (com esquivas, andando ou pulando), cada bolada recebida causa um dano, que será subtraído do seus pontos de energia como num típico RPG. Existem vários tipos de batalhas 1 versus 1, 2 versus 2, ate 1 versus 5, e vários personagens entram pra sua equipe, cada um com um estilo de jogos, Otto o personagem principal e o mais equilibrado, têm pulo, ataque carregado causa dano por fogo, foco carrega especial (lembrando The King of Fighters) e seu esbolecial (super ataques do jogo) ele solta um Hadouken ao melhor estilo Street Fighter, já Bexigo pode pular, ataque carregado sai com efeito giratório, foco recupera vida de todos os personagens, e esbolecial cria uma poça que cura quem estiver em cima durante o tempo que ela durar, já Mina pode rolar para esquivar (no lugar do pulo), foco da buff para todos personagens, e seu especial você controla uma mira que ao atirar acerta os inimigos com um raio, mais personagens entraram no seu grupo mas não vou comentar para evitar spoilers, cada um com suas particularidades.

Um RPG simples mais honesto, a cada batalha vencida todos os personagens ganham experiência e conforme os níveis vão subindo eles vão ganhando habilidades novas, “sempre tenho avaliado negativamente o sistema de grids usados a exaustão por tudo que é jogo atualmente, então Dodgeball por não usar merece esse ponto positivo”, tudo automático tipo no nível 10 seu ataque atravessa inimigos, nos 15 pega em multiplos inimigo, nos 20 aumenta o raio de alcance, etc. Cada personagem também pode ser equipado com dois acessórios, que aumentam atributos ou dão habilidades extras como encher HP após a batalha ou carregar o especial mais rápido, só senti falta de poder evoluir a quantidade de equipamento pra poder combinar e usar mais.

A exploração legal e nunca incomoda, ate por que o mundo do jogo não é grande, as batalhas são pegas em NPCs espalhados pelo cenário, e são ativadas passando em sua frente ou interagindo com eles, as missões ficam marcadas no mapa o que facilita a exploração e nunca deixando o jogador perdido.

As musicas são boas e marcantes, os temas de batalhas empolgam e dão valor ao jogo, outros sons do jogo cumprem bem seu papel, pancadas, boladas, raios, etc, tudo bem representado.

Enredo é outro ponto que vi muito cuidado por parte dos desenvolvedores, para que conhece My Hero Academy vai se sentir em casa, Dodgeball Academia talvez a semelhança no nome não seja mera coincidência “Dereshishishishi”… os personagens vão para uma escola onde a queimada é tudo, ou se estuda pra ser jogador ou pra ser juiz, todo mundo vive nesse mundo onde tudo é relacionado a queimada. Outro charme do jogo é sua narrativa, com textos bem escritos e representando bem cada personagem, com um bom toque de humor que leva o jogador a gargalhadas (talvez eu exagerei, mas uns sorrisos ele tira fácil! Cueca freiada kkkkkkkkkkkkk).

E os problemas? Sempre tem e em Dodgeball Academia não iria ser diferente, tive 3 entradas pra dentro do cenário, mas o que mais achei incrível foi a forma que se resolveu, diferente de um Cyberbug com um orçamento infinitas vezes maior, em Dodgeball eu consegui sair e voltar pro mapa ou ele caiu ate resetar e cair do céu voltando pro mapa, podendo ser visto na live que gravei zerando o jogo na Twitch Leosenin1, pra mim as duas formas foram aceitáveis e nem considero esse bugs.

Primeiro problema a me incomodar em Dodgeball Academia foi o som dos personagens falando, eles não falam realmente, emitem sons repetitivos tipo Starfox, Final Fantasy Tactics, só que são bem altos que me fizeram abaixar o volume nas opções. O jogo não permite grinding, apesar de ser outra coisa como o grid que não curto mais em jogos, senti falta de poder batalhar mais e subir níveis de personagens secundários, tem ate uma arena, mas só tem um tipo de batalha 1 versus CPU, não tem 3 vs 3, 3 vs 5, 2 vs 2, e nessa arena não se ganha experiência só dinheiro e itens.

Tem também o modo versus independente da aventura e offline, sempre falo que pra jogos competitivos modo online é imprescindível. A falta de animações ou detalhes em alguns momento, entendo a dificuldade e o trabalho, mas falar de cartas ou celular e não ter eles representados na tela me incomoda (Pokémon é assim também e fico incomodado!), posso encaixar aqui que apesar da grande quantidade de personagens o jogo ainda usa demais o personagem genérico (que eu chamo de gêmeo), inclusive tem um em especial que merecia ter design próprio, o nosso rival que fica do lado da escola e a cada capitulo ele esta evoluído e com técnicas novas, talvez o Nino no lugar desse cara teria sido mais interessante. E por fim o equilíbrio do jogo, ele tem um bom desafio, a curva de aprendizado é boa, mas do meio pro fim nossos personagens ficam muito fortes, apesar de pegar algumas batalhas que ofereçam desafio outras não dão nem graça.

Parabéns para Pocket Trap que entregou um jogo completo mesmo com toda as dificuldades do mercado brasileiro, terminado, sem problemas, e muito divertido, pode parecer que deveriam ser qualidades padrões, mas no mundo do patch Day one e DLCs isso esta se tornando raro, jogo mais que recomendado, e digo mais se não estiver no Game Awards será a maior injustiça pois ate o momento é fácil meu indie do ano!

Leonardo Senin

Jogado no PC

Duração: 13 horas

Campanha completa na dificuldade normal

Jogo adquirido por mim (game pass)