Com uma estética impressionante e dublagem que brilha para fãs de tokusatsu, o novo jogo da Bandai Namco entrega mais estilo do que substância.
Lançado como uma aposta ousada da Bandai Namco, Bleach Rebirth of Souls é um jogo que tenta reviver a franquia Bleach no mundo dos games com uma proposta de luta em arena semelhante a títulos como Naruto Storm e Dragon Ball Sparking! Zero. A ideia é boa: apresentar combates dinâmicos, visual estilizado e acessibilidade. Na prática, o resultado é um game visualmente marcante, mas que falha em oferecer profundidade e consistência em seus modos principais.

Estilo que impressiona desde o primeiro instante
É impossível não destacar a direção de arte do jogo. Os visuais de Bleach Rebirth of Souls são vibrantes, cheios de estilo e carregam fortemente a identidade visual da obra de Tite Kubo. A estética viva e dinâmica dos menus, HUDs e efeitos visuais durante os golpes e transformações remete diretamente ao capricho de títulos como Persona 3 Reload e o vindouro Metaphor: ReFantazio. Tudo aqui é um deleite visual: desde os cenários com cores bem trabalhadas até os efeitos durante a destruição dos Konpakus.
Para quem curte anime com um toque artístico diferenciado, o jogo entrega uma das direções visuais mais marcantes dos últimos anos em um jogo baseado em anime.
A dublagem que fala com fãs de tokusatsu
Um detalhe especial que chama atenção é a narração feita por Mark okita, ator que interpretou a voz do Decadriver em Kamen Rider Decade. Ele é responsável por narrar os momentos de maior impacto durante o gameplay — como quebras de defesa e execuções de golpes especiais. Para fãs de tokusatsu, ouvir esse tipo de voz energizante durante o combate é um toque de fanservice muito bem-vindo, que adiciona ainda mais personalidade à experiência.
Modo História: uma longa animação interativa

Infelizmente, um dos grandes tropeços do jogo é seu modo história. Ao invés de oferecer uma campanha interativa e rica em gameplay, o que temos é praticamente um longa-metragem disfarçado de videogame. O modo resume, de forma corrida, boa parte dos eventos do anime e mangá, mas falha em engajar o jogador com interações significativas. A jogabilidade aqui se resume a tutoriais repetitivos travestidos de lutas contra bosses.
Basicamente, o jogador precisa quebrar a guarda do inimigo, defender no momento certo e finalizar com um especial — e esse ciclo se repete exaustivamente. A estrutura da campanha até tenta incluir objetivos secundários e caminhos alternativos, mas no fim das contas, o modo história acaba sendo mais um “modo sente e assista” do que algo envolvente.
Jogabilidade acessível, mas rasa

A gameplay é simples e direta, com controles padronizados para todos os personagens. Combos rápidos e fortes são executados com poucos botões, e não há grande variação entre os lutadores. Isso facilita a entrada de novos jogadores, mas decepciona aqueles que esperam profundidade e diversidade nos combates.
Fica clara a tentativa da Bandai Namco em entregar algo acessível, mas o jogo carece de um sistema de progressão ou aprendizado envolvente. Mesmo as mecânicas de movimentação e defesa acabam se tornando repetitivas depois de algumas horas.
Conteúdo offline e online sem grandes surpresas
O conteúdo offline inclui:
- Treinamento, ideal para testar golpes e combos.
- Versus local, para batalhas contra a CPU ou amigos.
- Missões, com lutas contra sequências de três oponentes, valendo pontos de alma.
Já o online traz partidas livres e personalizadas, mas carece de um modo ranqueado, o que diminui bastante a motivação dos jogadores competitivos. Em tempos em que a cena online é crucial, essa ausência é difícil de ignorar.
Aspectos técnicos e o polêmico bug no PC
No PS5, o jogo roda em 4K e 60 FPS, embora com algumas quedas de desempenho durante cenas mais intensas. No entanto, a experiência no PC foi comprometida no lançamento. Durante nossos testes via Steam, o jogo fechava sozinho constantemente por conta de um bug crítico. A solução provisória era, inacreditavelmente, mudar o idioma do sistema operacional para japonês, algo totalmente fora do padrão.
Felizmente, a Bandai Namco lançou um patch de correção, e agora o jogo funciona normalmente. Ainda assim, foi uma falha técnica grave que prejudicou a experiência inicial de muitos jogadores.
Veredito final
Bleach Rebirth of Souls: Bleach Rebirth of Souls é, antes de tudo, um jogo para fãs. Ele impressiona com sua estética impecável, uma ótima direção artística e algumas decisões ousadas em termos de estilo e acessibilidade. No entanto, quando analisado de forma mais técnica, o jogo decepciona com um modo história monótono, jogabilidade simplificada demais e ausência de competitividade online mais séria. Apesar de suas falhas, é louvável que a Bandai tenha tentado algo novo com a franquia. Mas da próxima vez, esperamos que o conteúdo seja tão impactante quanto a forma. – Ryuutarus