Resident Evil 3: Análise Detalhada do Remake Reimaginado
Sou um veterano que jogou Resident Evil 3 em seu lançamento no PS1. Apesar de achar o original e o remake do primeiro jogo os melhores, sempre achei o 3 mais divertido. Após jogar a demo deste “remake”, fui convencido a fazer a pré-compra e não me arrependi. Coloquei “remake” entre aspas porque este jogo se assemelha mais a uma reimaginação devido às muitas mudanças, cortes, adições à história e ao próprio Nemesis. Isso certamente dividirá opiniões, mas pessoalmente gostei do que foi entregue do início ao fim.
O que mais apreciava no 3 era a ação frenética, o horror, o senso de urgência e o Nemesis implacável. No remake, senti que a sensação de urgência foi consideravelmente reduzida, embora o horror tenha sido mantido. No entanto, o Nemesis passou por mudanças significativas, parecendo perseguir menos e aparecer em locais mais específicos. Quando ele surge, é mais forte e desafiador, pulando à sua frente, caindo do céu e usando seu tentáculo para atacar. Assim, embora ele possa aparecer menos, suas aparições são memoráveis.
O clima de suspense e horror no jogo está excelente. A trilha sonora é habilmente utilizada para criar um desconforto constante. Os barulhos e os sons de inimigos em salas adjacentes mantêm você apreensivo o tempo todo, e há até alguns sustos ao estilo clássico, assim como no jogo original.
Graficamente, a Capcom demonstra mais uma vez o que a RE Engine pode fazer. É um verdadeiro deleite ver cenários que antes eram CGs estáticos recriados perfeitamente em 3D. Não tenho muito a acrescentar sobre esse aspecto, a não ser que ele é excelente. Em relação ao desempenho no PC, foi um pouco melhor do que o do remake do 2 (testei em meu modesto notebook, e funcionou surpreendentemente bem, enquanto o 2 mal rodava). No PS4 Pro, o desempenho foi bom, mas a geração atual já demonstra algum cansaço. Sempre desejei que os corpos dos inimigos permanecessem onde morressem, como na série Silent Hill, e esse desejo foi atendido aqui. Adeus à limpeza automática dos corpos no loading.
O sistema de controle é um dos pontos altos da série. Sempre imaginei que um remake ou um novo jogo da série poderia incluir uma esquiva. Não precisava ser uma rolagem no chão, mas sim uma esquiva controlável. Foi exatamente isso que fizeram neste jogo, usando o botão R1 para esquivar. Ao combiná-lo com o analógico esquerdo, você pode direcionar a esquiva, e acioná-lo no momento certo permite que Jill esquive perfeitamente dos ataques inimigos, focando em seus pontos fracos. Dominar essa técnica é a chave para jogar em modos mais difíceis. Jogando com Jill, o jogo fornece um arsenal e munição suficientes para um bom desafio, sem excessos ou falta. No entanto, ao enfrentar o Nemesis, a situação muda, pois você gasta praticamente tudo. Com Carlos, a dificuldade aumenta ainda mais, a munição fica escassa, os inimigos se tornam mais desafiadores e as lutas contra os lickers e os hunters se assemelham a enfrentar chefes, com golpes letais e combates rápidos e corpo a corpo que dificultam o contra-ataque. Acrescente uma pitada de desespero, e os “game overs” surgem como a cereja do bolo.
Vou ser sincero, nunca dei muita importância à história da série, então não sou o tipo de fã chato que reclama de elementos canônicos ou não. As mudanças feitas aqui não me incomodaram, mas, com certeza, estão dividindo opiniões, assim como outros pontos que vou citar abaixo.
Para mim, o maior problema do jogo é a linearidade. Os jogos antigos da série eram conhecidos por seu vai e vem, e esta versão apresenta menos dessa dinâmica. Muitas coisas foram adaptadas para não parecerem estranhas nos dias de hoje. Infelizmente, a Capcom não substituiu esses elementos adequadamente.
Além disso, as transformações do Nemesis são um ponto negativo. A partir da primeira transformação, ele para de perseguir o jogador e fica excessivamente grande. Ele continua aparecendo em cenas pré-estabelecidas, mas sem muitas interações. A partir do Resident Evil Zero, a Capcom começou a exagerar na produção, criando coisas estranhas, como inimigos semelhantes a lesmas e criaturas que crescem de forma ilógica, até mesmo para os padrões do T-virus. A última forma do chefe final segue esse padrão, não tendo uma explicação lógica para suas transformações, ao contrário do Nemesis original, que era mais pé no chão.
Outro ponto negativo deste jogo, e um dos mais comentados por todos, é sua duração. O jogo é muito curto, podendo ser concluído em 5 a 6 horas com facilidade. Levei um pouco mais de tempo devido ao meu estilo de exploração e à limpeza dos cenários. A falta de escolhas em momentos de perigo, especialmente em confrontos com o Nemesis, e de caminhos alternativos resultantes dessas escolhas, juntamente com a falta de aleatoriedade na distribuição de itens e inimigos, contribui para a linearidade. Embora a história e o jogo sejam mais fáceis de entender e mais objetivos, isso pode desagradar os fãs que apreciam a riqueza da lore da série, mas eu achei uma mudança positiva, tornando o jogo mais acessível para novatos e rejuvenescendo o que já estava datado.
Apesar das oscilações de qualidade e das preferências variadas, gostei muito deste jogo. Lembrou-me o quão bons eram os jogos antigos da série Resident Evil, proporcionando uma experiência nostálgica e deixando-me ansioso por mais. Que venham Code Veronica e outras franquias, como Dino Crisis e Onimusha
Jogado no Pc
Duração: 8h48
Campanha completa na dificuldade normal
Jogo adquirido por mim
PS: vale lembrar que não existe análise imparcial, costumes, gostos pessoais, humor, momento, tudo pode influenciar uma análise, eu opto por mostrar o que o jogo tem de bom, comparo com similares, e dou uma nota baseada na minha experiência levando vários fatores em consideração, como duração, preço vs valor, dificuldade, imersão, riqueza, otimização, etc, todo mundo é livre pra gostar mais ou menos, não deixe de jogar um jogo pela nota dada por alguém, e comente o que achou!
Resident Evil 3: Descubra a análise completa de Resident Evil 3, um remake reimaginado do clássico, explorando suas mudanças, desafios e ação frenética. Conheça os altos e baixos deste jogo e saiba o que esperar nesta nova experiência do jogo. – Leo Senin